2020 foi um ano profundo!
Não posso dizer que foi mau, porque foi um ano de ensinamentos.
Muitas mudanças, muitas decisões importantes foram tomadas, foi um ano de despedidas, um ano de abertura a muitas alterações que nunca pensei que pudessem surgir ...
Foi sem dúvida um ano de redescoberta do meu eu, do que me faz feliz, do que magoa, do que me atrofia... foi ano de identificar todas as coisas boas e más, ou pelo menos grande parte delas...
Nem sempre consigo lidar bem com essas evidências, aceitar aquilo que não posso mudar às vezes é difícil, muito difícil, principalmente quando implica com pessoas que para nós são importantes ...
Aceitação, foi a palavra que mais me levou à introspecção, e acreditem, que é bem mais difícil de a por em prática do que o que parece ... porque às vezes parece que aceitamos.. mas não ..
Começar um novo ano, é sem dúvida altura de balanço, altura de colocar novas metas, retomar sonhos, construir novos... é tempo de acreditar que tudo é possível se trabalharmos para isso, e é ! Depende de nós, do nosso querer, do nosso aceitar 💕
2021 começou a lembra-me que ainda não domino a aceitação!
Sou super ligada aos meus animais, chegamos a ter 15 animais cá em casa!
Um casal de cães, duas gatas, 3 canários, 1 tartaruga e 7 peixes ... eles são para mim, família, sinto-os como meus, como parte de mim, e sempre fizeram parte da minha vida.
Quando compramos a nossa casa, a primeira coisa que pensei foi em adotar um cão, salvar uma vida, dar-lhe um lar e construir o meu lar também.
Foi assim que conheci a Julie, uma cadela rafeirinha, que tinha tido uma vida difícil, que estava ferida e precisava de um lar. Quando vi aqueles olhinhos, não resisti e disse que ficava com ela ..
A Julie tinha 3 anos, veio de Lisboa, era cuzada de Rotvailer com Lavrador... foi usada como cão de lutas, amputaram-lhe o rabo e despertaram nela agressividade...
Recebi-a de coração aberto, com algum receio, sim, afinal ela tinha um lado bravo... mas os olhos dela clamavam amor ...
Foi difícil no início, ela deu cabo do jardim todo, que estava ainda em construção, tivemos que lhe fazer uma box.... depois as noites passaram a ser difíceis, porque ela chorava ... foi aí que decidimos adotar-lhe companhia... mas não podia ser um cão qualquer, porque nos passeios fomos dando conta que ela não tinha convívio fácil ... Teria quer ser um cão bebé, para despertar nela o seu lado maternal....
Procuramos, encontramos, adotamos o Scooby... bem sabia que corria o risco de criar dois cães agitados, ou então que o Scooby funcionasse como o calmante da Julie ... e felizmente foi o que aconteceu!
Aprendi tanto com esta miúda ... ela era super determinada, super inteligente, muito obediente, muito disciplinada!
E entretanto passaram 15 anos, quase 16, a somar aos 3 que ela tinha e 19 anos passaram a voar ...
Com a partida do Scooby a Julie deixou-se envelhecer mais depressa... menos de um ano separam a partida dos dois ...
A Julie partiu... e com ela partiu-se o meu coração....
Eu sei, ela viveu, foi feliz, fez-me feliz... deixou a sua marca ... mas estava cansada, as pernas já não obedeciam... o apetite já não era o normal ... e um avc levou-a ... felizmente, aparentemente não sofreu...
Com a partida da Julie fechou-se um ciclo da minha vida ... eu que tinha a casa cheia de animais, agora só tenho a Risquinhas, a gatinha mais nova... o Barbudinho, a minha tartaruga, e os três canários ...
É tempo de pausa ...
Custou-me muito os primeiros dias ir lá fora ... olhar para aquela box que sempre teve vida, e agora está vazia .. o lugar que tanto amo, a vista do meu atelier, o meu jardim perdeu beleza ...
Já velhotita, cansada, super relaxada...
Mas já consigo ir lá fora, e encontrei outras razões para ir àquele espaço, afinal as minhas plantas precisam de atenção ... há roupa que precisa de ser tratada e os canários, eles precisam de mim também...
Aceitação... é a palavra mestra que já está mais interiorizada, mas que ainda tem que ser trabalhada...
E aqui estou eu, a escrever para libertar, para me ajudar a aceitar, e determinar seguir em frente, de coração aberto para dar vida aos sonhos!! E tenho tantos!!! Deus me ajude a torná-los em realidade 💓
2 comentários
...pois Sara à dedicação que temos aos nossos animais acabam por nos trazer momentos de tristeza temos de transformar essa tristeza em memórias felizes e adotar se possível outro animal e começar de novo ...força...😘
ResponderEliminarMuito Obrigada pelo seu carinho! Sim, vamos adotar outro sim, mas ainda é cedo... Ainda não estamos preparados para o fazer, a Julie, o Scooby, a Cookie fizeram parte da nossa vida nos últimos 15 anos ... com a partida deles sinto um "fechar de um ciclo"... Vamos voltar a ter "casa cheia" mas na altura certa. Para já temos a Risquinhas, os canários e a tartaruga. Com os miúdos a crescer, talvez seja a altura de aguardar para que sejam eles a sentir essa necessidade. Mais uma vez, muito Obrigada pelo seu carinho :)
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